quarta-feira, 13 de abril de 2011

Mensagem número 100! Sem medos, nem preconceitos...

Podia escrever acerca do Regulamento Taurino, da Ferragem, dos Forcados, Toureiros, enfim... De um sem número de diferentes temas! Mas sem querer escolher um deles e sem ter tempo para dissertar acerca de todos, vou escrever acerca de mim! Um pouco egocentrista, talvez, mas afinal de contas este ainda é o MEU blog e, por isso, posso escrever acerca do que me aprouver.

Vou então escrever acerca da minha paixão pelos TOIROS!

Desde que me lembro de mim e desde que tenho consciência daquilo que me rodeia, que me lembro de ver o meu Pai de volta das Coisas dos Toiros. A enfeitar bandarilhas colando o papel com cola de pincel, porque a fita-cola era uma miragem... A cortar o papel à tesoura com a ajuda da minha Mãe... A fazer os bicos na forja, qual ferreiro! A coser as embolas... A tratar da madeira... A carregar a carrinha... A regressar de madrugada... A tratar das bandarilhas... A arrumar as caixas... ... ... ...

Eu não sabia ainda nem metade daquilo que sei hoje, mas já sabia uma coisa: queria ser como ELE!

Queria enfeitar bandarilhas, carregar a carrinha e ir com ele para as corridas! Este era o meu sonho!

"Aquilo não é para meninas..." - dizia-me ele.
"Eu não me importo!" - respondia prontamente, eu, abrindo muito os olhos.

"Mas lá [nas praças desmontáveis] não tens casa de banho..." - retorquia, tentado dissuadir-me.

"Eu levo uma fralda!"

E a conversa acabava com um sorriso e um "Não pode ser..."


Eu tinha uns 10, 12 anos.... Não podia mesmo.




Mas eu não queria saber, queria era ir! Estava mais do que farta de só ver corridas na bancada, o meu lugar era na trincheira! Enfeitar bandarilhas lá ia enfeitando, mas faltava-me o resto! Porque, para quem sabe destas coisas, é o mínimo dos mínimos.

Os anos passaram e lá consegui um lugar na equipa. E além de enfeitar bandarilhas e de tudo o resto que um Embolador faz como 'trabalho de casa', comecei FINALMENTE a ir com ele.

Lembro-me como se fosse hoje: a minha primeira corrida foi no Montijo e foi adiada porque choveu! Viagem à Senhora da Asneira... Mas meses mais tarde lá estava eu. Tremia como varas verdes mas sabia tudo o que tinha que fazer e tudo o que nunca (jamais, em tempo algum) se deve fazer. Tinha a lição bem estudada e um professor como não há outro!

Hoje continuo a fazer parte da equipa, com muito orgulho, e assim pretendo continuar. A emoção está na Arena, mas para mim começa nos Curros e passa pela certamente pela Trincheira! Fazer aquilo de que se gosta é um privilégio e eu tenho a sorte de poder fazê-lo!

Esta mensagem número cem, sou EU sem quaisquer máscaras. Que me apontem o dedo se quiserem, que, sem direito algum, me julguem, que não me compreendam... Não importa. Vou continuar a gostar do mesmo e a tentar fazer sempre melhor.

Há sentimentos que falam mais alto e os meus gritam na Trincheira. Sei que muita gente não me compreende "Quem é que pode gostar de fazer aquilo??", mas como disse, não importa. O que importa é que gosto de TOIROS tanto ou mais do que gostava quando tinha 12 anos e  isso ninguém, por muito que queira, pode mudar.

Toiros SEMPRE!

2 comentários:

F i l i p a disse...

Estorninha minha caríssima e prestigiada AMIGA esta sua mensagem é de facto o relato mais fantabulástico que li até hoje! Um verdadeiro relato duma aficionada! Ou de uma maluca vá-se lá entender…

PARABÉNS…

Jovilo disse...

Olá Tina, boa noite.

Gostei do teu texto.
Bom final de semana.
Bjssssss.