quarta-feira, 4 de novembro de 2009

O teste aos ferros em resumo...

Realizou-se ontem, em Évora, o teste a 3 modelos diferentes de ferragem comprida, teste realizado pelos cavaleiros Joaquim Bastinhas e António Telles e pelos forcados Amadores de Santarém. Estiveram presentes representantes da A.N.G.F., a I.G.A.C. e do S.N.T.P. bem como os seus associados.

Os 3 tipos de ferros foram inventados pelos emboladores José Paulo, António Carlos Estorninho e Carlos Simões, aqui referenciados por ordem de antiguidade do seu registo na I.G.A.C., tal e qual como foi feita ontem a sua apresentação.

Deste 1º teste, pois deverão realizar-se mais e com outros intervenientes, não saiu nenhuma conclusão final, apenas que é urgente, sem dúvida, adoptar um modelo de ferros que garanta a segurança dos forcados. Foi, aliás, distribuído um pequeno questionário aos representantes dos grupos de forcados presentes para perceber a necessidade de se tomarem medidas acerca da sua segurança.

Para os ferros curtos existe a solução espanhola que peca por ter uma mola que, se se partir, se torna num perigo para os forcados.

Quanto à ferragem comprida, os ferros inventados pelo embolador José Paulo mantém a quebra actual, a única diferença é partirem junto ao bico e não a 35cm, continuando a ser de madeira e esta a necessitar ser partida para efectuar a separação; o tamanho da quebra é diminuído o que à vista se torna pouco apelativo, uma vez que no toiro fica um pedaço muito pequeno, quase imperceptível das bancadas, não fosse o papel colorido; com este modelo continua a existir o perigo das lascas que ficam ao se quebrar a madeira. Os Ferros Compridos de Segurança, inventados pelo embolador António Carlos Estorninho (registados do I.N.P.I. com o n.º 10098 e já de conhecimento geral de há 3 anos para cá) facilitam a cravagem do ferro, uma vez que deixa de ser necessário quebrar a madeira para efectuar a separação das partes, garantida pela quebra automática. A quebra que fica no toiro passa de 35cm em madeira para 4cm em nylon guarnecido a papel, mantendo o aspecto convencional, com a vantagem de se amachucar com qualquer impacto. Foi testado um protótipo em metal da quebra automática, que será posteriormente em plástico, reduzindo o peso do ferro. Por último, os ferros inventados pelo embolador Carlos Simões também não necessitam de quebrar a madeira para a separação das partes, no entanto, deixam no toiro cerca de 6cm em madeira revestidos a manga plástica com cerca do dobro do comprimento e guarnecida a papel, tentando assim manter um aspecto próximo do actual; a separação é feita desencaixando a parte que fica na mão do cavaleiro da manga plástica referida anteriormente.

Críticas construtivas...
Como é normal numa primeira iniciativa, houve falhas na sua organização:
- A falta de um microfone fez com que quem estivesse no lado oposto ao local onde alguém falava não percebesse o que era dito;
- O facto de se ter referido o nome de quem inventou que ferro antes de estes serem testados, fez com que, a partir daí, estivesse em causa quem fez e não o que foi feito. Num próximo teste dever-se-ia ter isto em atenção, criando um código a seguir pelos emboladores de forma a que à vista os ferros fossem iguais e só depois do teste feito e das opiniões dadas se revelasse quem inventou que ferro;
- É importante ouvir a opinião dos cavaleiros, mas também a dos forcados, afinal de contas o que está em causa é a sua segurança;
- Seria interessante promover uma apresentação dos diferentes modelos, em que os seus inventores explicassem o funcionamento do invento em causa e as suas motivações. Interessante seria também reunir numa mesma mesa os inventores, representantes das entidades competentes, cavaleiros e forcados para se discutir o assunto, ouvir todas as partes, as suas opiniões e 'porquês' pois, só ouvindo todas as pessoas que, de forma diferente, lidam com dos ferros, se pode perceber quais as suas reais necessidades e se poderá chegar a um consenso.

O balanço deste teste foi, sem dúvida, positivo! Ficando-se agora a aguardar que seja agendado o próximo.

24 comentários:

Marco Ribeiro disse...

Ora boa tarde....
eu fui uma das pessoas presentes no referido teste, pese embora eu tenha uma opinião bem diferente da iniciativa, foi positiva sem duvida
Tendo eu a opinião que o problema não esta nos ferros mas sim pela forma como ela e cravada.tomando uma posição imparcial embora saibam quem sou, todos os prototipos têm os seus pontos positivos, e a mexer deve retirar-se isso mesmo de todas as opiniões acabando assim com inventores de modelos "especiais de segurança" e sim fazer algo em prol da festa.
deixo uma ideia minha que tivessem em conta: " e quando se deixar de ter acidentes com os paus e bicos da ferragem, e por sua vês apareçam acidentes a nivel de colunas e cabeça, pois porque quando os toiros estiverem quase puros os ferros não aleijam os forcados, os forcados vão andar a caminho das enfermarias não pela mesma porta mas sim pelas entradas de sectores.....
espero por outros testes
abraços

Anónimo disse...

Touradas - Cultura de tortura, exploração e sofrimento:
www.fightbull.com


Dificilmente se muda a opinião de alguém que concorda com Touradas. Isso é normalmente adquirido pela educação, e a razão pouco costuma conseguir influenciar.

No entanto, ficam expostas algumas respostas aos argumentos mais vulgares de quem se esforça por tentar justificar uma prática sem justificação. Para quem se decidir a pensar.



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1- As Touradas são uma tradição antiga e por isso devem ser defendidas e perpetuadas.

As touradas são de facto uma tradição (importada de Espanha). Mas isso por si só não deve justicar que se pratiquem. As tradições normalmente têm origem em tempos antigos, em que as sociedades, mentalidades e modos de vida eram bastante diferentes dos actuais. Com o tempo, o Homem e as suas comunidades tendem a aperfeiçoar e desenvolver a sua forma de viver e pensar. Chama-se a isso evolução. É por essa razão que já não tomamos banho com baldes de àgua aquecida numa fogueira, é por essa razão que a escravatura, que tanto agradava a algumas pessoas, foi abolida e é também por essa razão que já não acreditamos que basta dançar ou sacrificar um animal para fazer chover.
As tradições, por muito bonitas que sejam, só fazem sentido quando são compatíveis com as formas de pensar e os conceitos vigentes. Como hoje em dia, o respeito pelo sofrimento dos animais começa a fazer parte da forma de pensar de muita gente, as Touradas deveriam ser postas em causa, ou repensadas, colocando na arena, por exemplo, o Toureiro nu em frente ao Touro (sempre era mais masculino do que com aqueles fatos). E cada um que se desenrascasse. Isso era espectáculo!

2- Se não fossem as Touradas e os seus adeptos, a raça dos Touros Bravos já estava extinta.

Isto é evidentemente falso. Os Pandas e outros animais que correram risco de extinção nunca serviram para as Touradas e continuam a existir. Felizmente existem no nosso país reservas e espaços destinados a que determinadas raças subsistam caso os seus habitats naturais não o permitam. De qualquer forma com certeza de que os aficcionados que tanto dizem amar os Touros se esforçariam para que estes sobrevivessem mesmo que não servissem para nada.
Independentemente de tudo isto, o mais importante é deixar claro que perpetuar uma espécie de animais apenas para que estes possam ser usados em espectáculos que se baseiam no seu sofrimento não é um acto nobre nem louvável. E muito menos favorável ao próprio animal. Se é pra isso, que se extingam!

Anónimo disse...

3- Quem não gosta ou não concorda, não veja.

Felizmente na nossa sociedade, as coisas não são assim. Se toda a gente fechasse os olhos às injustiças que se passam à sua volta o mundo seria certamente bastante diferente.
É evidente que quando sabemos que se passa algo com que não concordamos, o remédio não é olhar para outro lado. Isso já muita gente faz em relação a demasiadas coisas.
Este argumento é tão despropositado que torna-se quase ridículo combatê-lo. No entanto pode dizer-se o seguinte:
Quem se insurge contra as touradas não o faz por prazer nem proveito próprio. Esse esforço deve, por isso, ser respeitado por quem consegue assistir ao espectáculo sem a mínima misericórdia e reflexão pelo que lá se passa.


4- Quem é contra as Touradas devia preocupar-se com outras coisas que também são feitas, nomeadamente o abandono de cães.

O Ser Humano tem a capacidade de se preocupar com várias coisas ao mesmo tempo. É uma espécie de dom.
O facto de se ser contra as Touradas não invalida que a pessoa não se preocupe com muitas outras coisas que se fazem a outros animais. Não é por haver uma guerra no Iraque que não nos podemos preocupar com os assaltos ou com a inflação.
Há sempre coisas mais e menos graves, mas temos evidentemente o direito de nos preocupar com todas.
Certamente que quem critica as touradas insurge-se também contra o abandono de cães, lutas organizadas de animais e muitos outros assuntos.

5- Quem diz que é contra as touradas é hipócrita porque muitas vezes maltrata os cães e outros animais.

Esta é uma afirmação que não se baseia em nada (nem em lógica nem em senso comum) a não ser na experiência pessoal que eventualmente alguém terá.
Pessoas e argumentos hipócritas haverá sempre, e não é por isso que se pode generalizar e tomar a parte pelo todo.
Ao contrário daquela afirmação, o razoável é supor que quem é contra as touradas preza os sentimentos dos animais de uma forma profunda e geral. E é normalmente isso que se verifica.

6- O touro praticamente não sofre com o que lhe é feito na arena.

É de facto difícil afirmar o que é que um Touro sente numa tourada. No entanto, os estudos científicos (http://articles.animalconcerns.org/ar-voices/archive/pain.html) feitos até agora apontam no sentido de que as agressões sofridas antes e durante as corridas sejam não só dolorosas mas incapacitantes. O touro fica com nervos e músculos rasgados, e a quantidade de sangue que perde continuamente enfraquece-o. Não parece ser sensato pensar que isto pode ser agradável para o Touro, ou mesmo indiferente.
O touro, tal como os outros mamíferos, ao ter sistema nervoso central tem capacidade para sentir dor, ansiedade, medo e sofrimento. E os sinais exteriores que mostra na arena denunciam essas emoções. Não é portanto razoável aceitar a ideia de que os Touros sofrem pouco numa tourada.

Anónimo disse...

7- Os Touros nascem para serem lidados. São animais agressivos por natureza.

Uma coisa é o instinto de sobrevivência e auto-defesa de um animal, outra é o seu temperamento e personalidade. Embora o cortex cerebral de um Touro seja bastante mais básico do que o Humano (o que faz com que a sua personalidade seja igualmente menos complexa), cada animal tem o seu próprio temperamento, fruto, como no Homem, de factores genéticos associados a experiências vividas. O que todos têm em comum dentro da espécie é a sua técnica de defesa, que utilizam sempre que se sentem em perigo. Isto não deve ser confundido com a chamada "natureza" do animal. Com certeza que um Touro saudável deixado em paz no campo não anda a atacar tudo o que se mexe.


8- Se quem gosta, respeita a opinião de quem não gosta, porque é que quem é contra não respeita a opinião contrária?

Toda a gente respeita as opiniões de todos e na realidade a opinião de quem é favorável às touradas também deve ser respeitada.
A sua prática é que não.
É fácil entender isto se pensarmos que Hitler era da opinião de que todos os Judeus deviam ser exterminados.
Mesmo que alguém tenha o direito a ter opiniões bizarra sobre qualquer assunto a sua colocação em prática não tem que ser respeitada nem tolerada se isso for ilegítimo. Se a prática de Touradas choca contra princípios considerados importantes por quem se lhes opõe, esta não tem que ser admitida.

9- A arte de tourear é tão bonita que seria uma pena perdê-la.

A "arte" de tourear pode de facto ser considerada bonita e ter grande mérito artístico e principalmente técnico. Mas perde toda a legitimidade quando necessita de fazer sofrer física e psicológicamente animais para ser executada. Tal sofrimento não se pode exigir a um animal que não tem nada a ver com o assunto. É injusto, prepotente e cobarde fazê-lo. Esta arte é bonita, mas injusta e cobarde e nenhuma arte pode ter mérito assim. Nesse aspecto penso que todos concordarão. É uma arte desonrosa, para utilizar a linha de valores da tauromaquia.
A arte de lutar até à morte dos gladiadores era considerada bastante mais honrosa e bonita por quem assistia. Mesmo essa acabou. Será também uma pena?

10- As Touradas enaltecem a nobreza do Touro.

Só uma mente muito ignorante ou distorcida pode realmente acreditar que os Touros quando vão para uma arena cumprem um qualquer desígnio divino.
A justificação de que o Touro é nobre por lutar pela vida numa tourada vem de quem alimenta o seu negócio e enriquece à custa deste espectáculo perverso mas rentável.
A nobreza é um conceito inventado pelo homem. Na natureza todos os animais são iguais e todos lutam pela sobrevivência. Ninguém duvida de que o Homem, numa luta com as suas armas e condições consegue ser superior a qualquer outro animal. Tentar provar isso numa luta desigual não é nobre, é estúpido.

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Os argumentos contra as Touradas:

Não há qualquer justificação moral para se causar sofrimento a uma animal para fins de entretenimento.
A recusa em ter consideração pelo sofrimento de um animal só pode ter origem em três factores:
falta de cultura, falta de educação ou falta de carácter.

É muito simples, e pouco mais há a dizer sobre o assunto.

Anónimo disse...

Ética e touradas - A tortura dos touros


Por António Maria Pereira
Advogado


O Boletim da Ordem dos Advogados, dando largas a uma surpreendente "aficion", publicou no seu último número quatro artigos sobre tauromaquia em que, com excepção do primeiro, da autoria do Prof. Silvério Rocha Cunha, que é imparcial, os três restantes, escritos por óbvios aficcionados, procuram esforçadamente justificar a festa brava. Mas o entusiasmo da Revista pelo espectáculo de touros é tal que foi ao ponto de acolher nas suas páginas um panegírico da tourada da autoria de um conhecido aficcionado cuja profissão é de médico veterinário (!).

O elogio da festa brava num boletim da Ordem dos Advogados parece- me totalmente deslocado e desqualifica a revista. O Boletim fez-se para debater assuntos que possam interessar os advogados mas nunca para apoiar o lobby dos touros num debate que divide a sociedade portuguesa mas que não interessa particularmente aos advogados (com excepção de alguns aspectos jurídicos que praticamente não foram abordados).

De qualquer modo, para que não fiquem sem resposta os principais argumentos dos aficcionados, vou tentar comentá-los nas linhas que se seguem.

O movimento universal de protecção dos animais corresponde *a uma exigência ética e cultural universal, *consagrada na Declaração Universal dos Direitos do Animal (1978), em numerosas convenções internacionais e em centenas de leis, incluindo leis constitucionais, dos países mais adiantados do universo.

Nas suas diversas formulações todos esses diplomas têm um denominador comum: o da preocupação com o *bem estar* dos animais envolvendo antes de mais, a *condenação de todos os actos de crueldade*; mas para alem dessa preocupação, um número cada vez maior de correntes zoófilas defende o reconhecimento aos animais de autênticos *direitos subjectivos.*

O debate sobre esses temas, iniciado aquando do arranque da era industrial, na segunda metade do Século XIX, ampliou-se a partir da criação, após a última grande guerra, das grandes instituições europeias e mundiais (Conselho da Europa, União Europeia e UNESCO) e actualmente trava-se em várias universidades onde se ministram cursos sobre os direitos dos animais (é o caso das Universidade de Harvard, Duke e Georgetown nos Estados Unidos e Cambridge na Inglaterra). Numerosos e qualificados autores têm intervindo nesse debate, iniciado com as obras pioneiras dos já clássicos Tom Reagan e Peter Singer. Em Portugal a discussão tem decorrido sobretudo na Faculdade de Direito de Lisboa graças designadamente aos contributos dos Profs. António Menezes Cordeiro e Fernando Araújo e ainda nas Faculdades de Direito da Universidade Nova de Lisboa e da Universidade de Coimbra. Como nota o Prof. Fernando Araújo em "A Hora dos Direitos dos Animais" a bibliografia sobre este tema compreende actualmente cerca de 600 títulos (!)

Anónimo disse...

Não se trata, portanto, de um assunto esotérico cultivado por uns tantos iluminados vegetarianos mas sim - tal como os direitos do homem - de uma componente muito importante da cultura ocidental; a tal ponto que a obrigação para os Estados da União Europeia, de garantirem o bem estar animal está hoje formalmente consagrado em protocolo vinculativo anexo ao Tratado de Amesterdão.

Não há tempo, neste artigo, que tem como tema as touradas, para entrar no debate sobre os direitos dos animais. Partamos, por isso, de uma conclusão em que todos esses autores - mesmo os que não aceitam a atribuição de direitos aos animais - convergem: a de que *são absolutamente contrários à ética os actos de crueldade gratuita para com os animais.*

Esta é sem dúvida uma conclusão pacífica não só para os zoófilos mas também para o homem comum em geral e até para os próprios aficcionados. Com efeito, se se perguntar a qualquer pessoa (incluindo aficcionados de touros, organizadores de combates de cães e de tiro aos pombos, etc.) se concordam que se torturem animais, é praticamente certo que responderão pela negativa. E no entanto, contraditoriamente, eles torturam ou organizam a tortura de touros, de cães e de pombos.



*O óbvio sofrimento dos touros*

É óbvio que os touros sofrem quer antes, quer durante, quer após as touradas. A deslocação do animal do seu habitat, a sua introdução num caixote minúsculo em que ele se não pode mover e onde fica 24 horas ou mais, o corte dos chifres e as agressões de que é vitima para o enfurecer; ao que se segue a perfuração do seu corpo pela bandarilhas que são arpões que lhe dilaceram as entranhas e lhe provocam profundas e dolorosas hemorragias; e finalmente, na tourada à portuguesa, o arranque brutal dos ferros; e tudo isto já sem se referir a tortura das varas e do estoque na tourada à espanhola - representam sem quaisquer dúvidas sofrimento intenso e insuportável para um animal tão sensível que não tolera as picadas das moscas e as enxota constantemente com a cauda quando pasta em liberdade.

A SIC exibiu há tempos um documentário sobre o que se passa na retaguarda das touradas. Quando chegou à fase final do arranque das farpas o funcionário da praça não permitiu a filmagem por a considerar demasiado impressionante. Mas pudemos ouvir os horrendos uivos de dor que o animal emitia dos seu caixote exíguo e que eram de fazer gelar o sangue dos telespectadores.

Na tourada à espanhola com picadores o quadro ainda é mais cruel: o touro é perfurado ainda mais profundamente pela comprida e afiada ponta da "puya" que lhe rasga a pele, os músculos e os vasos sanguíneos, provocando-lhe intencionalmente uma dor intolerável e uma abundante hemorragia, enquanto um cavalo, de olhos vendados, é corneado pelo touro enraivecido e com frequência derrubado e ferido - e tudo isto para gáudio de uma multidão que a cada novo ferro cravado e a cada nova e mais profunda perfuração da vara, vibra com um gozo em que a componente sádica é óbvia.

Perante a evidência de que o touro sofre - e sofre intensamente - ao ser toureado, os aficcionados desdobram- se em atabalhoadas tentativas de justificação que não obedecem a um mínimo de razoabilidade, atingindo alguma vezes as raias do surrealismo.

Anónimo disse...

É o que faz o Dr. Joaquim Grave no artigo publicado no Boletim ao afirmar que "só se pode pronunciar sobre os aspectos éticos da tourada quem conhece o espectáculo". Conclusão esta que, salvo o devido respeito, é completamente absurda, certo como é que *os aspectos cruéis acima referidos são óbvios para quem quer que os presencie *não sendo necessário estudar tauromaquia para chegar à conclusão de que o touro é objecto de grande sofrimento ao ser farpeado e estoqueado.



*Ética e tortura dos touros*

Afirma ainda o Dr. Joaquim Grave que "na corrida existe uma certa ética na relação homem/animal, ou, por outras palavras, e contrariamente ao que afirmam os que a não conhecem, na corrida o touro não é tratado como uma coisa, já que não se lhe pode fazer qualquer coisa indiscriminadamente".

Falar em ética para justificar a cruel agressão, com perfuração por ferros, a um animal abruptamente arrancado ao seu habitat é um absurdo, um "non sense". Absurdo esse que atinge os limites do surrealismo ao sustentar-se que, no domínio do tratamento cruel, haveria crueldades que a ética permite (as farpas, a puya, o estoque) e outras que a tal ética não autorizaria. Como não se exemplifica de que crueldades se trata suponho que o autor se queria referir, por exemplo, às bandarilhas de fogo ou a cravar farpas nos olhos do touro.

Tudo isto é absurdo. *ética exige que não se inflija qualquer sofrimento cruel ao touro, ponto final. Se esse sofrimento resulta dos ferros cravados ou de qualquer outra coisa "que não é costume executar nas touradas", é aspecto completamente irrelevante à luz da ética e insustentável em face da razão e do bom senso.*

Tentando de novo invocar a ética para justificar a barbárie da tourada, o Dr. Joaquim Grave mais adiante afirma que "a ética touromáquica é pois a seguinte: respeita-se a natureza do touro, combatendo-o, pois é um animal de combate".

Uma vez mais estamos perante um falso argumento em que a má fé é evidente: o touro é um animal inofensivo quando no seu habitat; mas é evidente que tem, como todos os animais, o instinto de defesa que o leva a atacar quando agredido. Ele é vítima de uma maquinação cruel de quem o retira do seu habitat, o encerra numa praça e depois o agride cravando-lhe ferros.

A conclusão do artigo está à altura da argumentação: "sendo o touro um ser por natureza bravo, ele realiza o seu grande bem lutando, ele realiza a sua natureza de lutador na luta e ele realiza-se plenamente a ele próprio na corrida e pela corrida".

Anónimo disse...

Lê-se e não se acredita: o infeliz touro, que é levado à força de seu habitat e depois perfurado com farpas, com a "puya", ou estoqueado, que quando não é morto acaba a tourada com feridas profundas e pastas de sangue a escorrer pelo lombo, esse sacrificado animal seria afinal uma espécie de bombista suicida, que se realizaria plenamente pelo seu próprio sofrimento e morte em combate...

Estamos aqui uma vez mais no reino do absurdo. Como é óbvio, ao contrário do bombista suicida que procura alegremente a morte o pobre touro, se pudesse falar, diria com certeza que o seu único desejo era nunca sair da lezíria e continuar a pastar pacificamente.


*O toureiro - grande defensor dos touros??*

Também o Dr. João Vaz Rodrigues, num artigo com pérolas de poesia surrealista como aquela, em que "repudia a hipocrisia de quem sacrifica de bom grado a vida de uma singela flôr para preencher emocialmente um desígnio de vaidade e verbera veementemente o sangue de um animal cujo o destino é exactamente o de morrer na arena, por que não? acrescentando "que bem sei que a flor não se manifesta da mesma maneira mas morre igualmente sacrificada à emoção, " remata com esta frase lapidar: quem defende o touro é o próprio toureiro e os demais que respeitam a festa. Sem este aquele sofre sérios riscos de extinção".

Ao longo de todo este artigo, para alem da nostalgia do autor "por já não conseguir assistir à caça à baleia ou aos banhos de espuma sanguinolenta da "copejada" do atum de Tavira" (Freud poderia dar aqui um contributo importante para a explicação de tal "nostalgia") o único argumento que sobressai é o do receio da extinção da espécie taurina caso as touradas acabassem.

Tal como os outros, este argumento não procede, certo como é que, se necessário, se poderia facilmente criar reservas de touros, tal como existem reservas de búfalos.

Resta a pasmosa afirmação de que " quem defende o touro é o próprio toureiro (!!!)". Na mesma linha de argumentação pode afirmar-se que quem defende a vítima da tortura é o torcionário. Ora aqui está um bom argumento para uso dos advogados defensores dos réus que no Tribunal Internacional de Haia e noutros tribunais são acusados de crimes contra a humanidade: ao torturarem e executarem barbaramente milhares de muçulmanos na Bósnia os torcionários estavam afinal a defender as suas vítimas ! Credo que absurdo!... É claro que não vale a pena discutir nestes termos de irracionalidade.

Anónimo disse...

*Em conclusão, o certo é que nenhum dos aficcionados autores dos textos publicados no Boletim da Ordem dos Advogados - como nenhum aficcionado em qualquer parte do mundo - conseguiu ou conseguirá jamais demonstrar, de boa fé, que os touros não sofrem ao serem lidados.* Sofrimento esse que não tem qualquer justificação a não ser o prazer sádico e emotivo de quem a ele assiste.

E a confirmação desse sadismo está nesta atitude: quando se propõe a um aficcionado que as farpas em vez de terem arpões de ferro tivessem ventosas, - como já aconteceu nos Estados Unidos - a sugestão é logo afastada com indignação. O que o aficcionado sobretudo quer é ver o sangue, é deliciar-se com o sofrimento do touro.


*As touradas ofendem por isso um principio fundamental da ética que impende sobre qualquer pessoa que se preocupe em pautar os seus actos pelos ditames da moral e da ética.*

As touradas foram proibidas em Portugal por Decreto de 1836, da iniciativa do então l.º Ministro Passos Manuel, por já então, conforme se lê no Decreto, "serem consideradas um divertimento bárbaro e impróprio das nações civilizadas, que serve unicamente para habituar os homens ao crime e à ferocidade".


De então para cá, e apesar do retorno das touradas, o certo é que cada vez mais se acentua a repulsa dos países civilizados por esse barbarismo medieval. Em Portugal, segundo sondagem recente, a percentagem de portugueses que não gosta de touradas é de 74,5 % contra 24,7 que ainda gosta (Vd. "Público" de 26.08.02).

Tal como os autos de fé, os suplícios e as execuções públicas e outros barbarismos próprios de séculos de obscurantismo - também, a médio prazo, as touradas estão condenadas a desaparecer dos raros países onde ainda são toleradas.

Anónimo disse...

E mesmo conhecendo estas torturas e sofrimento do animal vêm estas gajas (de 20 e poucos anos mas já cheias de maldade e de crueldade) defender os "ferros" criados pelo progenitor... e ainda são capazes de afirmar, a pés juntos, que o toiro não sofre!(pensam que atiram areia para os olhos dos outros ou então é uma maneira (manhosa) de descarregaren a consciência...

Alguém farto do anónimo... disse...

Ao anónimo (do 7 de Novembro de 2009 pelas 20:04):

Caro anónimo o termo gajas (gaja=>significa uma sujeita; uma tipa; uma fulana qualquer) parece-me aqui muito mal escolhido não só porque é um termo usado usualmente com sentido pejorativo mas também porque foi usado no plural quando deveria ter sido utilizado no singular uma vez que a única “gaja” de 20 e poucos anos que tem como progenitor o Sr. Estorninho é a Tina.

Já agora gostaria de fazer um pedido, se me for possível, aos anónimos que aqui escrevem para que criassem um qualquer nik que permita direccionar a resposta para aquele comentário em particular (Ex. Anónimo X).

Em relação aos comentários depreciativos parece-me que têm como base maldade e a crueldade, desta forma (a meu ver errada) por muito que as pessoas que os escrevem possam ter razão perdem-na… Acredito que ao ser espetada uma bandarilha o toiro possa sofrer mas também acredito que se fosse uma dor insuportável ele jamais daria o espectáculo que dá dentro da arena.

A nós seres humanos também nos dói a picada duma agulha no entanto quando fazemos um tratamento de acupunctura não costumamos queixar-nos das picadas… Com o toiro acredito que quando as bandarilhas são bem-feitas, quando os “bicos” têm as características perfeitas aquilo funciona como a dor duma agulha de acupunctura ou como o furo para colocar um brinco…

A todos os comentaristas presentes um resto de boa noite.

Alguém farto do anónimo... disse...

---> O Artigo do Advogado António Maria Pereira encontra-se publicado no site: Crítica: Revista de Filosofia.

---> No site da Ordem dos Advogados também se podem ler diversos artigos sobre os direitos dos animais.

---> Deixo-vos ainda o site Macieira Low onde se encontra um artigo sobre este tema...

João Neto disse...

Após ler os vários comentários neste blog, lamento que a maior parte das opiniões venham de parte anónima. Dá-me a entender que existem pessoas que não estão convictas nem seguras o suficiente para defenderem as suas opiniões.

Refiro-me claro às pessoas que apresentam as suas opiniões de forma não ofensiva, porque as que não o fazem de tal forma não posso considerar de facto merecedoras de serem chamadas pessoas mas sim animais, esses sim que aparentemente não se extinguem por nada...

Que fique claro desde já que sou a favor de toda a prática tauromáquica, mas que respeito toda e qualquer opinião contrária, desde que esta seja racional e bem fundamentada. Não basta a atitude de querer salvar o planeta com argumentos inflamados só porque à noite a consciência fica mais leve, pois este é o mundo real e os assuntos devem ser abordados com a realidade em mente.

Fico ofendido por dizerem que o facto de gostar de tauromaquia tem a ver com a minha educação (lamento não poder dirigir esta opinião a quem a proferiu mas como disse anteriormente, foi alguém que não se sente convicto o suficiente para se identificar). Uma pessoa que faz uma afirmação tão disparatada como esta não só ofende as pessoas que gostam de touradas, mas também as que gostam por exemplo de futebol, desporto onde por vezes observamos situações menos dignificantes por parte de certos adeptos. Pois Sr. Anónimo não se sinta superior a nenhum de nós, defensores da Festa Brava, pois certamente existirão aspectos da sua educação que não serão perfeitos, tal como o não se apresentar quando se dirige a outras pessoas.

João Neto disse...

É muito fácil estar contra as coisas sem que se dê uma alternativa. "Acabe-se com as tradições e ponto final". Fácil não é? Mostra respeito pelos gostos e opiniões do próximo? Mostra preocupação pela sua sociedade? Certamente que não. Oposição a todo o custo parece ser prática comum no nosso país, e assim aqui vou ficando à espera de argumentos válidos que me convençam em contrário, que parecem nunca chegar...

Espanta-me igualmente o facto de algumas pessoas mostrarem-se seguras que a sua opinião é a da maioria e que falam pela maior parte da opinião pública. Se assim é, porque vejo praças de toiros cheias em cada corrida que acontece, porque vejo actividades relacionadas com a tauromaquia com tanta gente nova a participar, porque vejo a Golegã a abarrotar de gente durante a Feira do Cavalo? E não me venham com o argumento da educação, não podemos ser todos estúpidos e mal formados enquanto que só vocês são os abençoados com inteligência incontestável...A Festa Brava é uma tradição, e tal como todas as outras deve ser mantida, adaptando-se aos tempos. Mas lá está, é muito mais simples dizer mal que pensar em soluções, e tentar saber factos sobre as corridas em si. Aposto que a maior parte de quem argumenta contra as touradas nunca foi a nenhuma, nem sabe o funcionamento do espectáculo.

Para terminar deixem-de dizer que, lá pelo facto de nos países estrangeiros se fazer uma coisa, não significa que aqui também se tenha de o fazer. Aquela velha máxima de que "o que é feito lá fora é que é moderno e acertado" já não pega como antigamente. Portugal não é assim tão atrasado, a nossa educação não é assim tão retrógrada como querem dar a entender. De qualquer das formas, como qualquer pessoa que se informe sobre os factos antes de proferir uma opinião, a tourada em Portugal não é feita da mesma forma que nos outros países, tem uma identidade própria, tem tradição,e na minha opinião, preocupa-se mais que qualquer outra com a segurança. Daí eu louvar quem trabalha para a Festa, tal como os participantes no teste de ferros compridos de segurança, que muitas das vezes trabalham e dispendem do seu tempo apenas por "amor à camisola" ao contrário do que muitos pensam que só o fazem por interesse monetário. Sei que não se pode viver da Festa e que não se enriquece a fazer bandarilhas e a embolar, por isso, mais uma opinião mal informada dos factos.

Termino com um apelo para não deixarem tradições como a Festa Brava terminarem. Acontecimentos como a Feira do Cavalo na Golegã mostram que existe um vasto público que gosta destas actividades e que a tradição ainda é o que era, até melhor!

Fernando Sousa disse...

Sr João Neto qual foi a parte do seguinte texto que não percebeu?
As tradições normalmente têm origem em tempos antigos, em que as sociedades, mentalidades e modos de vida eram bastante diferentes dos actuais. Com o tempo, o Homem e as suas comunidades tendem a aperfeiçoar e desenvolver a sua forma de viver e pensar. Chama-se a isso evolução. É por essa razão que já não tomamos banho com baldes de àgua aquecida numa fogueira, é por essa razão que a escravatura, que tanto agradava a algumas pessoas, foi abolida e é também por essa razão que já não acreditamos que basta dançar ou sacrificar um animal para fazer chover.
As tradições, por muito bonitas que sejam, só fazem sentido quando são compatíveis com as formas de pensar e os conceitos vigentes. Como hoje em dia, o respeito pelo sofrimento dos animais começa a fazer parte da forma de pensar de muita gente, as Touradas deveriam ser postas em causa, ou repensadas, colocando na arena, por exemplo, o Toureiro nu em frente ao Touro (sempre era mais masculino do que com aqueles fatos). E cada um que se desenrascasse. Isso era espectáculo!

Fernando Sousa disse...

Se precisar de ajuda, diga

João Neto disse...

Só preciso de ajuda a entender quem o nomeou a si ou qualquer outra pessoa uma autoridade no que respeita às "mentalidades e modos de vida actuais". Só porque é o seu modo de pensar isso torna-o actual e o mais acertado? Ou que só porque é essa a sua maneira de ver as coisas, que a maioria também o faz da mesma forma? Digo e repito que respeito a sua opinião, mas não concordo com a ideia de que tudo o que esteja associado à tauromaquia esteja de qualquer forma desajustado à
da actualidade. Concordo sim que possa haver muitas opiniões e maneiras de ver as coisas, mas não apoio radicalismos.

Ao impor a sua forma de pensar como se de uma verdade absoluta se tratasse mostra uma certa arrogância da sua parte e falta de respeito pelas opiniões dos outros.

Se a Festa estivesse ultrapassada, não haveria tanta gente aficionada.

Pipa disse...

João Neto o Sr. Fernando é um puro vegan... Temos de respeitar estas filosofias... Embora não nos respeitem a nós AFICIONADOS!!

Anónimo disse...

O Sr (?) Fernando Sousa diz/ escreve :"o Toureiro nu em frente ao Touro (sempre era mais masculino do que com aqueles fatos)." Isto é revelador de alguma fantasia ou recalcamento!! Só gente com forte deficit cógnitivo poem em causa a maneira de vestir de cada um. A Inveja é um dos pecados mortais, se desejar um fatinho daqueles peça emprestado o do Goucha, já que pelos vistos esse teve coragem de se assumir e não escreve em lado nenhum que gostaria de ver um toureiro nu! Seu preverso....

Fernando Sousa disse...

Sr João Neto você deve viver no passado, ou então levou alguma cornada, que lhe fez perder a capacidade de acompanhar a evolução da Humanidade, da mudança que que esta a acontecer (um dos reflexos dessa mudança e cada vez mais pessoas, países condenarem a tortura gratuita e para diversão de meia dúzia, sim meia dúzia de australopitecos. não sei se reparou, o que deve ser difícil, com a sua cabeça dura, a passagem que mencionou esta inserida num contexto de uma citação (devidamente referenciada).
Com pessoas como você não vale a pena conversar, visto serem obtusas.

João Neto disse...

O Sr. Fernando Sousa é que não consegue estabelecer um debate de ideias e opiniões sem que fique exaltado e faça insultos infantis, e eu é que sou obtuso?

Parece-me ser daquelas pessoas que se não for tudo à sua maneira fica amuado...

Mas concordo, não se incomode em debater mais ideias comigo, se o faz sentir melhor consigo próprio achar-se detentor de toda a razão, e achar que não sou digno de trocar opiniões consigo, desejo-lhe as maiores felicidades.

Quanto aos restantes participantes deste blog, faço um apelo para que se discutam ideias de forma produtiva e educada, os insultos e radicalismos são uma perca de tempo e não levam a lado nenhum.

Obrigado.

Viva o À Porta dos Curros! disse...

Boa tarde a todos os leitores deste fantástico blogue (fantástico para os aficionados da festa brava).

Antes de mais permita-me dizer que acredito e defendo com unhas, dentes e tudo mais os FCS, pois o que está em jogo é a vida e bem-estar dos Forcados.

Forcados esses que são a meu ver uns heróis que sem qualquer tipo de protecção enfrentam um Toiro e dão um espectáculo fantástico. E ao contrário do que se pensa entre os membros dos Grupos de Forcados há união, há amizade, … e é isso que também constrói a Festa Brava.

Para todos os que criticam os Forcados deixo-vos este vídeo:Forcados Amigos Verdadeiros

Relativamente ao sofrimento do Toiro concordo com o que aqui foi escrito pelo(a) Alguém farto do anónimo: “Acredito que ao ser espetada uma bandarilha o Toiro possa sofrer mas também acredito que se fosse uma dor insuportável ele jamais daria o espectáculo que dá dentro da arena.

A nós seres humanos também nos dói a picada duma agulha no entanto quando fazemos um tratamento de acupunctura não costumamos queixar-nos das picadas… Com o Toiro acredito que quando as bandarilhas são bem-feitas, quando os “bicos” têm as características perfeitas aquilo funciona como a dor duma agulha de acupunctura ou como o furo para colocar um brinco…
”.

Um animal em sofrimento não conseguiria aguentar tanto tempo de espectáculo sem ter um colapso. O Toiro é um animal bravo, criado nas planícies Ribatejanas, Alentejanas,… É um animal que vive a vida em liberdade, que vive na natureza,…

Tomemos por exemplo um frango que vive desde que nasce num aviário, “enlatado” com milhares de “irmãos” sem condições para correr e que no fim acaba por morrer num linha mecânica sujeito a tudo o que isso implica… Ou um porco, uma vaca,… Na minha humilde opinião estes animais, que a maioria de nós consome, sofre muito mais desde que nasce até que morre do que um Toiro…

A 5 de Novembro um comentador(a) Anónimo escreveu: “ 2- Se não fossem as Touradas e os seus adeptos, a raça dos Touros Bravos já estava extinta.

Isto é evidentemente falso. Os Pandas e outros animais que correram risco de extinção nunca serviram para as Touradas e continuam a existir. …
”.

Discordo com esta afirmação, e pensemos actualmente o Koala Australiano já diminuiu o seu número de 100 mil para 43 mil indivíduos devido às alterações climáticas e à desflorestação. Se o Koala fosse um animal utilizado num grandíssimo espectáculo cultural de certo que seria criados esforços para os proteger e permitir a sua reprodução….

Relativamente aos Ferros Compridos de Segurança sugiro que visualizem estes vídeos:

Ferros Compridos de Segurança - Jornal Nacional

Ferros Compridos de Segurança - Você Na TV - Parte I

Ferros Compridos de Segurança - Você Na TV - Parte II

Ferros Compridos de Segurança - Você Na TV - Parte III

Ferros Compridos de Segurança

Viva o À Porta dos Curros!

PS. Assino este comentário como “ Viva o À Porta dos Curros!” pois sendo uma forma de anonimato disfarçada foi a solução que encontrei para não ser julgado(a) por ser mulher, homem, amigo(a) da família Estorninho,…

Anónimo disse...

Quem vive da exploração do sofrimento alheio, devia imaginar-se no lugar do sofredor.

Unknown disse...

Anónimo e melhor ter cuidado pois o sr João Neto ainda se lembra de questionar quem o nomeou a si ou qualquer outra pessoa uma autoridade no que respeita às "mentalidades e modos de vida actuais".
Visto que e a única forma que ele se lembra de defender a rica Tradição.
Nos podemos pensar na tradição dos Coliseus romanos (em que as praças de touros tem em comun a forma) em que lutavam ate a morte os gladiadores. Isto sim e tradição (visto que os defensores das defende touradas alegam manter viva a as touradas devido a realizarem-se há muito tempo). Gostariam de estar no meio de uma arena a tentarem evitar serem mortos , ou serem feridos de forma repetida perante um assistência delirante??
Sera que gostavam?